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- Escrito por: Ronaldo Correia Junior
Silvia é ciumenta, o que já me deu muitas dores de cabeça. Quando quero pegar nossa filha, às vezes arranja uma desculpa para disfarçar que reluta em entrega-la. E embora esta interaja muito mais com Silvia, basta fazê-lo um pouco comigo para ela ficar despeitada
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Começo a ter prática de pegar nossa filha, embora às vezes fique tenso, o que a deixa desconfortável, e meu braço esquerdo se canse em alguns minutos – não tenho coordenação no direito o suficiente para segurá-la. Quando acerto, é difícil querer devolvê-la para Silvia.
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Hoje, pela primeira vez segurei nossa filha nos braços, achando que ela já tem tamanho suficiente para não correr o risco de se machucar com minha descoordenação motora. Estava no início de uma sessão de fisioterapia e, para retomar os exercícios, tive de devolve-la para Silvia muito a contragosto.
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- Escrito por: Ronaldo Correia Junior
Hoje após o almoço, Silvia teve de sair para levar suas filhas ao colégio e pegar uma nova guia para minha fisioterapia. Ela não conseguiu fazer nossa filha adormecer e pediu para nossa empregada tentar isso. Depois desta fazê-lo, para não atrapalhar seu trabalho pedi que botasse nossa filha no carrinho para ver se eu a mantinha dormindo, mas não tive sucesso nas duas tentativas que fiz. Então pedi que a colocasse no bebê conforto – que dessa vez balancei com a mão –, finalmente consegui que dormisse uns 40 minutos, me dando tempo de ler algumas coisas no tablet, até que nossa filha ficou com fome e não tive mais jeito a dar.
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- Escrito por: Ronaldo Correia Junior
Algumas vezes consigo aquietar e adormecer nossa filha, outras não, mas sempre tento para ver se Silvia tem um pouco de folga, já que às vezes demora horas até para podermos comer. Temo muito que ela tenha uma estafa e fico me rebolando para encontrar novas formas de ajudá-la.
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Nesta manhã, enquanto fazia fisioterapia embalei nossa filha no carrinho, chegando a conseguir que ela dormisse, para Silvia poder aprontar suas filhas para irem ao colégio. A fisioterapeuta até notou que eu estava surpreendido por poder fazer essas duas coisas ao mesmo tempo apesar de todas minhas limitações físicas.
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Consigo pronunciar de modo inteligível apenas uns poucos mono e dissílabos, a expressão mais longa que posso falar é um conhecido xingamento de quatro palavras e, se tiver tenso demais, não emito sons compreensíveis. Até por falta do que dizer, quando nossa filha olha para mim frequentemente fico falando “papai”. Ao ouvir isso pela primeira vez, Silvia respondeu “safado, você quer que ela comece a falar ‘papai’ antes que ‘mamãe’”. Não era esta minha intenção, mas se acontecer vou adorar.
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- Escrito por: Ronaldo Correia Junior
Eu me derreto todo ao chegar perto da nossa filha, o que não elimina o fato de que não queria ser pai e que estar nesta condição me assusta demais. Uns 95% das pessoas que me veem dizer isso reagem como o avestruz da lenda – enfiam a cabeça num buraco para não ver o que acontece. Essa atitude de avestruz ficou muito ressaltada numa recente conversa com minha melhor amiga na qual, após perceber como realmente me sinto, de certo modo esta foi intolerante e brutal e voltou rapidamente a enfiar a cabeça no buraco. Acho notável esse exemplo da dificuldade humana de lidar com quem é ou pensa diferente! Silvia – como as outras mulheres que se relacionaram comigo – não tem tal atitude de negação e é a única com quem consigo conversar a respeito.
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- Escrito por: Ronaldo Correia Junior
A fragilidade da minha filha, que ainda não tem um mês de vida, me faz ficar tenso quando a pego com medo de apertá-la excessivamente ou ela cair dos meus braços, o que aumenta minha espasticidade (rigidez muscular) e isso torna real o risco de machucá-la. Portanto, oportunidades como as mostradas nestas fotos ainda são raras. Espero que o crescimento dela e o uso de um sling mudem tal situação.