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- Escrito por: Ronaldo Correia Junior
Nesta manhã, Silvia saiu para uma reunião na escola de Clara. Nossa diarista está aqui para fazer a faxina e fiquei observando se isso era suficiente para acalmar Clara. Ao ver que não, fui para a sala, passei a ver um jogo, Clara quis algo que a diarista não entendeu, chorou e foi se consolar botando a cabeça no meu colo. Então desci do sofá para ficar perto do tablet, Clara se sentou no meu colo e se tranquilizou. Ainda dou segurança a ela.
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- Escrito por: Ronaldo Correia Junior
A principal base da ligação de uma criança pequena com os pais é o contato físico carinhoso, o que exige movimentos finos e é justamente isso que minha descoordenação motora atrapalha, como esta foto ilustra. Fico me perguntando em que medida vou conseguir superar esse problema.
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- Escrito por: Ronaldo Correia Junior
Desde que vim morar em Curitiba, noto que a classe média daqui oferece muito mais ajuda às pessoas com deficiência do que em Recife e Fortaleza, e sem o tom de piedade e/ou estranhamento que é comum nestas duas cidades – também senti essa solidariedade maior no Beto Carreiro World, em Santa Catarina. Isso me surpreendeu mais porque, quando vão ao Nordeste, os habitantes do Sul geralmente falam que os nordestinos são mais solícitos – não com quem tem deficiência.
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- Escrito por: Ronaldo Correia Junior
Clara adora o canal de Luccas Neto no Youtube e, às vezes, brinca com seus personagens.
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- Escrito por: Ronaldo Correia Junior
Sou persistente, dizem até teimoso, de um modo tortuoso: tento muitas vezes fazer algo, se não consigo perco a paciência, penso que nunca mais vou querer saber daquilo, tempos depois surge da minha mente, não sei como, uma nova maneira de tentar e frequentemente acabo conseguindo. No início do ano passado, na hora em que Clara saia para a escola eu sempre pedia um beijo ou abraço, mas, após seu rosto se machucar seguidamente com meus óculos e descoordenação motora, ela passou a dizer logo “não” e parei de pedir, com tristeza. Neste mês, percebi que se me erguesse de joelhos não haveria risco de machucá-la, voltei a pedir e Clara, a me abraçar quando vai para o colégio, para minha alegria.
Gestos e movimentos triviais para a grande maioria das pessoas geralmente se tornam bem complicados para quem tem paralisia cerebral.
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Desta vez Clara participou da minha fisioterapia por vontade própria, para se divertir. Fiquei arrombado, pois ela já está com 13 ou 14kg.
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- Escrito por: Ronaldo Correia Junior
Silvia às vezes me chama de “franciscano” devido à minha economicidade e, em particular, relutância de comprar roupas. Em contrapartida, sua maior despreocupação com gastos de vez em quando me exaspera. Meses atrás, ela inventou de alugar por cinco dias uma casa na praia de Itajuba, em Santa Catarina, o que me aborreceu muito porque achei que esse dinheiro deveria ser poupado, por esperar um começo de ano financeiramente difícil – na realidade, nossas finanças estarão até melhores neste semestre. Depois, fiquei com medo de possíveis acidentes por irmos com quatro crianças inconsequentes – nossa empregada também ia e levaria a filha –, sobretudo pelo comportamento difícil da filha mais velha de Silvia.
As meninas realmente fizeram vários tumultos a cada dia ao ponto de termos de gritar com estas, mas nada de errado aconteceu. Passei boa parte da infância morando de frente para o mar, aprendi a lidar com ele mesmo se estiver bravio – algo notável para quem tem PC severa – e nunca perdi tal habilidade, embora vá à praia bem pouco. Nesses dias, minha maior diversão foi brincar com as ondas e só no último é que contei a Silvia que minha família nunca me deixou sozinho num mar bravio; quis fazer um vídeo disso, inclusive para tirar onda (!) dos meus familiares, mas na ocasião estava sem a prancha de comunicação e Silvia não me entendeu. Também passamos um dia no Beto Carreiro World, no qual, pelo tratamento preferencial a pessoas com deficiência, usamos um número maior de brinquedos do que se tivéssemos de enfrentar filas. Saí de Itajuba receptivo a essas viagens... desde que não prejudiquem nossas finanças.
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Uma amiga vem colocando fotos de rosto no perfil do Facebook tão editadas que rio dela cada vez mais. Um amigo publicou lá uma foto de uma ex-presidente que instantaneamente vi ser falsa, perguntei "você está mentindo ou perdeu a capacidade de discernimento?" e ele enrolou para fugir do assunto. Por outro lado, em novembro fiquei incomodado com as minhas fotos nos perfis de redes sociais serem de anos atrás, me preocupei em passar uma ideia falsa de como sou e as troquei, mesmo sabendo que mostraria meu envelhecimento. Esse meu compromisso com a "verdade" – apesar de saber das enormes dificuldades desse conceito – ou pelo menos com a autenticidade me deu a sensação de que me tornei antiquado, anacrônico
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- Escrito por: Ronaldo Correia Junior
Não sei se é pela fase da Lua(!), mas hoje Clara está mais próxima de mim: logo após acordar ela passou um bom tempo acariciando minha cabeça enquanto comia no sofá; e, depois do almoço, espontaneamente subiu no carrinho para ser embalada por mm.
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