O governo estadual está promovendo o Paraíba Beach Games, um dos quais foi o circuito brasileiro de vôlei de areia. Como eu e minha enteada mais nova – que gosta bastante de mim, tanto que me obedece mais do que Clara – curtimos muito vôlei, fomos às semifinais deste. Não sabia direito o que ia encontrar em acessibilidade, em particular como a cadeira de rodas chegaria à arena através da areia. Demos a sorte de encontrarmos logo uma vaga de estacionamento a dois quarteirões de lá, as meninas ajudaram a superar as irregularidades da calçada, na praia havia esteiras de borracha para cadeiras de rodas, o setor reservado para pessoas com deficiência era a área VIP – mas contei só 5 dessas pessoas, incluindo eu –, o que foi motivo de inúmeras brincadeiras e, como chegamos cedo, pude escolher o melhor lugar. Quando os jogos acabaram, minhas enteadas conseguiram tirar fotos com os jogadores que foram às últimas Olimpiadas – não o fiz porque isso implicava descer uma arquibancada bem íngreme, com grande risco de queda. De novo, fiquei pensando que o caminho para gostar de João Pessoa é a praia.

Há três semanas, os moradores do nosso prédio organizaram a exibição de um filme infantil numa sala do condomínio. Como já o tinha visto no cinema, Clara não ficou na sala, mas finalmente se entrosou com as outras crianças e fez ao menos uma amiga. Desde então, nos fins de semana ela tem descido, corrido, brincado ao ar livre em vez de ficar enfiada em dispositivos eletrônicos, o que raramente o clima de Curitiba permitia.

Na semana passada, minha enteada mais nova falou “homem não serve para nada” e só depois se tocou que sou um – me limitei a rir. Ontem, ela repetiu a mesma frase, também só se tocou da minha presença ao acabar de falar e tentou remendar dizendo “é que o tio é tão legal que parece uma mulher”! Foi de lascar, às vezes ser o único homem da casa não é mole😄

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