Às vezes, algum conhecido, amigo ou parente meu – não meus pais e irmãos – fala como se botasse Silvia num pedestal, a idolatrasse ou algo parecido, e eu devesse fazer o mesmo, por ter se casado comigo. No início do nosso relacionamento, também às vezes eu fazia esse movimento, mas sua própria paixão por mim o interrompia, pois significava que eu não estava abaixo dela – na época, fui até pretensioso em algumas ocasiões. Recentemente, ao conversarmos sobre os motivos de sua atração por mim, a própria Silvia riu dessa atitude porque, quando me procurou, foi por interesse próprio e não por bondade. De fato, ela me acha bonito, tem desejo por mim, gosta do meu corpo, etc; eu mesmo estranho suas preferências, mas esta é uma questão de gosto pessoal. Se eu adotasse aquela atitude, nossa relação não seria equilibrada e saudável – de qualquer forma, tenho senso crítico demais para idolatrar alguém, inclusive a mulher da minha vida. Curiosamente, não vejo o mesmo tipo de discurso nas pessoas relacionadas com Silvia – obviamente, isso não significa que não ocorra, pois pode ser um viés da minha percepção.
Idolatria
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- Escrito por: Ronaldo Correia Junior