Entre 20 a 30% das ruas da região metropolitana de João Pessoa tem rampa de acesso, muito mais do que Recife e Fortaleza, as outras capitais nordestinas que conheço, embora bem menos do que os 60% de Curitiba. Mas são bem irregulares: algumas ruas têm rampa de um lado e não de outro, e algumas rampas chegam ao nível da rua, como é o correto, e outras param antes, formando um batente que obriga o condutor de uma cadeira de rodas ao esforço de suspender as dianteiras – uma vez vi uma mãe levantar o carrinho do seu bebê ao não conseguir ultrapassar um batente (para lembrar que não é só cadeirantes que precisam de rampas). E há uma rampa para um mangue, em torno do qual não tem calcada! Por outro lado, a maioria dos estabelecimentos comerciais reserva vagas de estacionamento para pessoas com deficiência, mas, ao contrário de Curitiba, são muito raras nas ruas propriamente ditas – até agora vi apenas três.
A facilidade de andar de cadeira de rodas numa cidade também é função de sua topografia e dos materiais de que são feitas as calçadas: a topografia de Curitiba é bastante ondulada e a de João Pessoa, plana; lá as lajes das calçadas frequentemente emperram as rodas dianteiras e aqui, são lisas, embora haja muitas ruas com calçadas ausentes ou destruídas – nesses casos, precisamos ir para o meio da rua, com algum risco de atropelamento. Devido a esses dois fatores, acho mais fácil andar de cadeira de rodas em João Pessoa do que lá.
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