Faz tempo que o acesso à Internet é tão essencial quanto o fornecimento de energia, água, etc, e Silvia trabalha em home office desde que engravidou, anos antes da pandemia. Na penúltima terça, a fibra ótica que faz nossa conexão foi cortada e o provedor deu um prazo mínimo de 40 horas para consertar – para complicar, a rede móvel da nossa operadora de celular é péssima onde moramos. Obviamente, os transtornos foram se acumulando, o maior foi Silvia ter de ir trabalhar no apartamento da mãe usando um notebook lento. Dois dias depois, ela saiu levando a primeira filha consigo, a segunda para o colégio e fiquei sozinho com Clara. Antes da empregada chegar o interfone tocou, percebi que era o técnico que veio fazer o conserto, me vi diante da perspectiva de ele ir embora e ficarmos sem Internet não sei mais quanto tempo – dá para adivinhar o palavrão que pensei Calmamente, enviei mensagens para o WhatsApp da portaria, vi que estas não estavam indo, alterei a configuração do tablet e consegui autorizar a entrada do técnico – em seguida, a empregada chegou e o atendeu. Foi sorte não ter ficado nervoso, o que acentuaria a espasticidade e me impossibilitaria de resolver a situação, mas também houve uma dose de prevenção pois, antes de Silvia sair, pedi para botar meu óculos e mantive o tablet ao alcance do meu pé – ficar sozinho com Clara sempre liga meu alerta.
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