Silvia quis levar a família à Vila dos Animais no último sábado. Já na noite anterior comecei a me preocupar com o movimento da cadeira de rodas nas trilhas do local. De fato, estas são calçadas com pedrinhas que emperram as pequenas rodas dianteiras, só sendo possível o movimento das traseiras. Mesmo se não estivéssemos com as meninas, Silvia não teria força para conduzir a cadeira assim e eu teria passado o dia todo numa plataforma de concreto sem fazer nada se um prestativo amigo da sua família não tivesse ido conosco. Bem que tentei ficar lá para não incomoda-lo, o que não consegui porque ambientes campestres – aos quais me refiro pejorativamente como “mato”– me entediam profundamente e já estar irritado por Silvia, desde o início da pandemia, só querer que eu saia para fazer “programa de índio”. Ainda assim, me limitei a pedir que ele me movesse de um ponto a outro, sem eliminar o tédio até o fim da tarde, quando inventei de andar de cavalo. Teria sido melhor para mim se tomasse mais a iniciativa – p. ex, logo depois houve um passeio de trator que eu poderia fazer, mas fiquei com receio de abusar da boa vontade dele. As meninas é quem se divertiram e eu gostaria que Clara fosse mais lá para não ficar com medo de bicho.

Apoie este blog pelo Pix Este endereço para e-mail está protegido contra spambots. Você precisa habilitar o JavaScript para visualizá-lo.

?>