A marcação à distância de consultas médicas e outros procedimentos do meu plano de saúde raramente funciona e, na maioria das vezes, seus usuários acabam tendo de recorrer ao atendimento presencial no hospital que este mantem em grandes cidades – não estou reclamando, pois a unidade de Curitiba é muitíssimo melhor que a de Recife. Legalmente, idosos e pessoas com deficiência têm direito a atendimento preferencial, sem estas terem prioridade sobre aqueles – mesmo assim, algumas vezes o atendimento do hospital daqui me chama antes de muita gente com mais de 65 anos, furando a fila.

Foi o que aconteceu na última sexta, quando fomos lá para solicitar a biópsia do material retirado numa endoscopia que fiz no dia anterior. Em seguida, chegou uma mulher que já tinha ido lá quatro vezes para pedir um procedimento – na última, o sistema caiu na hora de fechar o pedido – para a mãe muito idosa, doente e que estava esperando no carro por ter dificuldade de locomoção, havia falado com um diretor do hospital, que garantiu que era só levar o papel lá, e se desesperou porque a coordenadora do atendimento se recusou a violar as regras e a mandou para a fila. Durante a discussão, ficamos muito desconfortáveis, tive vontade de dizer algo como “me permitiram furar a fila e o caso dela é muito mais grave”, mas fiquei paralisado por não saber qual seria a reação da coordenadora – que bem podia ser mandar todos para a fila, sem resolver o problema daquela mulher –, além de estar preocupado com Clara, que estava doente e tinha ficado em casa.

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