Na penúltima segunda, Silvia recebeu uma avaliação do colégio sobre Clara. A alfabetização está um pouco mais rápida que a média e – o que temos dificuldade de perceber – tem muito talento pra artes. Fala de mim frequentemente, com muito carinho e parece estar transmitindo aos colegas a naturalidade com que vê (há pouco tempo nem via) minha deficiência - isso me deu alguma esperança de que não sofra bullying por essa causa ou que tenha capacidade de enfrentá-lo. É muito alegre e carinhosa, características que fizeram a professora que deu a avaliação falar que Clara faz jus ao seu nome - é uma luz. Foi bom saber que estamos a educando bem.

Dois dias depois, o colégio ia promover um evento com os pais em comemoração à Páscoa bem na hora em que a primeira filha de Silvia chega da sua escola e eu ir implicava não haver alguém em casa para recebe-la. A solução que encontrei foi pedir a um amigo da família que viesse para cá para faze-lo. Na noite anterior, Silvia dormiu mal, ficou com enxaqueca e perguntei várias vezes se queria ir sozinha, mas esta resolveu me levar mesmo. Ao nos ver lá, Clara ficou eufórica, logo subiu no meu colo e foi difícil querer sair dele para fazer as atividades. Nesse horário – em torno das 18h – tornou-se difícil eu ir a esses eventos e ainda não sei como resolver isso, mas minha presença é realmente muito importante para Clara.

Silvia notou a ironia de eu nunca ter ido a um colégio e agora estar o fazendo como pai.

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