Quando começou a namorar comigo, Silvia dizia ser sisuda e que raramente ria. Não consigo imaginá-la daquele jeito, pois comigo ela chega a parecer uma menina, sobretudo à noite após botarmos as crianças para dormir e fecharmos nosso quarto, momento em que muitas vezes ela começa um festival de besteirol; uma vez, ela disse que sei extrair a autenticidade das mulheres, talvez porque sou bem-humorado, alegre, tolerante e rio facilmente. Nesse e em outros momentos ela já me chamou de cachorro, macaco, cavalo, cabrito, bode, dragão de Komodo, bebum, herege, tarado – acho os dois últimos termos até elogiosos, bem como “gatinho”; e imita meus gestos e movimentos descoordenados e os poucos sons que consigo falar. Com uma esposa assim, quem precisa de inimigos?😁 Morro de rir disso tudo e até faço os sons de alguns desses animais.

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