No início de setembro, tive uma gripe com infecção de garganta, a qual continuou ruim porque tenho refluxo estomacal. Meus espirros, fungados e tosse impediam Clara, nossa filha, e portanto Silvia de dormir, a aproximando de uma estafa e a solução foi eu passar a noite ora no quarto de suas filhas nos dias em que estas ficavam com o pai, ora num colchão no chão do escritório. Este é estreito, quando me virava no colchão frequentemente batia com a mão nos móveis, em vários dias me acordava com dores nas costas e até com uma distensão muscular.

A parte de trás do apartamento dos meus pais, em Recife, tem um quarto no qual todos da família detestam dormir e é onde eu o farei se voltar para lá – quero passar o resto da vida com Silvia, mas sei que isso pode não acontecer. Num período em que o ex-marido dela fez um tratamento de saúde, não pôde ficar com suas filhas, tive de dormir continuamente no escritório e percebi que era pior do que naquele quarto. Fiz esse comentário a Silvia, mas de modo tão controlado que ela não se deu conta do quanto minha paciência com aquela situação – e outros problemas – estava chegando ao limite e até pensou que eu estivesse brincando. De qualquer forma, ela também começou a se incomodar com a situação, quando minha garganta ficou boa resolvemos voltar a dormir juntos. Devido a uma rinite alérgica, desvio de septo nasal e outros motivos, à noite minha respiração é ruim e meio barulhenta, com o que Silvia e Clara se desacostumaram e tive de retornar ao escritório algumas noites. Tomei remédios para rinite por três dias e, após quase dois meses, finalmente conseguimos dormir juntos de novo.

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