Ontem à noite, Silvia foi levar a diarista que nos auxilia ao ponto de ônibus, antes de sair colocou um gorro na cabeça da nossa filha e a deixou comigo no carrinho. Em pouco tempo, o gorro começou a descer na cabeça da bebê, estava cobrindo os olhos e indo para o nariz, com esta já agitada. Pensei em tirá-lo, mas o gorro impedia que a cabeça encostasse na lateral dura do carrinho. Se levasse a mão direto ao gorro provavelmente machucaria a bebê, tentando conter o temor de bater nesta apoiei a mão na lateral – fechei a cadeia cinética, no jargão da biomecânica – e puxei o gorro para cima; quando completei o processo – que repeti várias vezes – exclamei “que medo!”.

Frequentemente, quem tem paralisia cerebral precisa pensar previamente para conseguir fazer movimentos que são triviais para as outras pessoas.

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