Clara tem feito as tarefas escolares de casa com sua irmã mais nova, na semana passada uma era escrever um poema em torno de um coração estilizado, o qual seria o tema. Como era o correto, minha enteada tentaria induzir Clara a escrevê-lo por si própria, mas ela resolutamente se negava a fazê-lo, o que poderia dar em briga, confusão num momento em que Silvia estava numa reunião de trabalho e precisava de silêncio. Com minha limitada capacidade de comunicação, era impossível convencer Clara a escrevê-lo e não quis deixar isso para Silvia resolver após a reunião. A solução que encontrei foi chamar Clara para a frente do meu monitor e digitar este poema:
Meu coração bate forte
Quando me alegro
Quando brinco
Quando corro
Sinto a vida
Não foi o ideal, foi o que consegui fazer e, no sufoco do cotidiano, certamente muitos pais e mães tomam essa atitude. Só que sempre me recusei a sequer a tentar a escrever poesia – o que a gente não faz por uma filha?! Não sei se acho esse episódio cômico, ridículo ou desconcertante.
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