Ontem, a escola de Clara teve portas abertas aos pais em comemoração ao dia deles. Quando entrei na sua sala, Clara correu muito alegre para me abraçar. Naquele momento não prestei muita atenção às outras crianças, mas tive a impressão de que nenhuma outra demonstrou tanta felicidade ao ver o pai, o que depois Silvia confirmou. Esta também notou que enquanto as outras perceberam minha paralisia cerebral, no mínimo pela cadeira de rodas, Clara não a enxergou – era só seu pai que estava lá. Foi um momento emocionante para mim e, à noite, fiquei pensando como Clara se sentirá quando minha deficiência ficar ressaltada para ela e seus colegas.

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