Andar de taxi sozinho sem poder falar e andar sem ajuda pode ser bem complicado. Sempre prefiro andar com taxistas conhecidos, mas atualmente perdi contato com quase todos. Quando estou entrando no taxi, dou um jeito da pessoa a quem encontrarei falar com o taxista explicando como chegar onde ela estar ou digito antes um texto com tal objetivo. Digitar esse texto implica uma série de dilemas entre detalhamento e simplicidade, e às vezes não é bem entendido pelo taxista. Para o caso de acontecer um acidente, levo um papel plastificado com meu nome, endereço, descrição da minha deficiência e os contatos da minha família e, quando uso o Easy Taxi, peço que minha cuidadora anote o celular e a placa do taxi – foi difícil convencê-la da necessidade de anotar esses dados, pois o único risco que esta conseguia pensar era sequestro, crime para o qual sou um alvo improvável.

Na última sexta, fiz um pedido pelo Easy Taxi para ir ao Centro Elohim de Equoterapia, o texto que levei presumia que quem o lesse saberia onde fica o Parque de Exposição do Cordeiro ou pelo menos a Av. Caxangá, mas o taxista que veio era de outra cidade, vi que o aplicativo de navegação dele deu uma rota bem errada e voltar para casa não era uma boa ideia, pois a única pessoa que tinha ficado nesta era minha mãe, que já é muito idosa e não pode mais subir a escada comigo. Por um momento fiquei assustado –“e agora?!” – mas esse taxista era um jovem de mente aberta, não pressupôs que eu tivesse déficit cognitivo e conseguiu se comunica comigo bem o suficiente para eu ir apontando o caminho até lá. Ufa!

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