Minha filha deve nascer no fim de junho de parto cesariano, o que implica um período de recuperação de 30 a 40 dias para Silvia. Suas duas filhas entram de férias em seguida e é incerto em que medida seu ex-marido poderá efetivamente compartilhar a guarda destas, por ter uma saúde precária e às vezes correr risco de vida. Sua família mora em Brasília e ficou só de pagar uma enfermeira para ajuda-la nos primeiros dias da recém-nascida. Meu irmão tinha prometido vir para Curitiba no meio do ano, mas recentemente voltou a trabalhar e, até uma semana atrás, me parecia duvidoso que pudesse vir de fato. A única pessoa com quem aparentemente poderíamos contar seria minha irmã mais velha, que ficou de passar uma semana aqui na época do parto.
Nessas condições, no último sábado conversamos sobre a possibilidade de haver uma emergência, como o rompimento da bolsa d’água. Não soubemos quem cuidaria de suas filhas e de mim, a levaria ao hospital e se haveria alguém para ficar lá com Silvia. Se apelássemos a um amigo, ele poderia demorar para chegar e se chamássemos um taxi, este ficaria na portaria e ela teria de andar uns 50 metros, subindo e descendo escadas e/ou rampas. Seria uma situação muito perigosa para Silvia e nossa filha, chegamos a pensar que eu poderia ter de voltar para Recife – o que só resolveria parte dos problemas –, ela começou a chorar pois quer que eu esteja presente inclusive na sala de parto até que falei “não vou (para Recife)”, embora estivesse ciente de que tal negação talvez não passasse de uma bravata.
Felizmente meu irmão disse que poderá passar um mês em Curitiba, minha irmã estará aqui na ocasião do parto e uma amiga minha virá antes desta, de modo que, nas semanas anteriores ao parto, haverá sempre alguém aqui a postos para o caso de surgir uma emergência; Silvia já deixou uma amiga de sobreaviso para essa eventualidade; e na última consulta com seu ginecologista, eu quis definir logo uma data para o parto, para irmos nos planejando.