Paranoia
Nossa filha nasceu com hipoglicemia, a qual poderia ter causado uma lesão no cérebro e fiquei com uma paranoia contida de que tivesse paralisia cerebral – era algo irracional, pois a pediatra que a acompanha é excelente e teria nos avisado de qualquer sinal dessa deficiência. Devido à falta de experiência e informação, nos meus primeiros seis de vida meus pais nada viram de errado comigo e, só quando foram para Fortaleza, é que uma tia minha percebeu, porque eu não sustentava a cabeça. Na segunda consulta, a pediatra estranhou que nossa filha ainda não levantava a cabeça quando ficava de bruços e recomendou a botarmos nessa posição, senão poderia demorar a engatinhar. Ao fazermos isso, ela passou vários dias sem conseguir erguer a cabeça, o que intensificou a paranoia, até que teve êxito e esta se desfez – foi um alÃvio!
Comunicação com a Filha
Está se tornando frequente nossa filha rir e balbuciar para mim e, à s vezes com uma ponta de ciúmes, Silvia brinca que nos comunicamos numa lÃngua própria e exclusiva.
Consulta com a Pediatra
Nas duas primeiras consultas da nossa filha com a pediatra, fomos acompanhados e ajudados pelo meu irmão – que nos aconselhou a não irmos sozinhos – e por uma irmã de Silvia. Na primeira delas, entramos no consultório em si sozinhos, com nossa filha num bebê conforto, este no meu colo e Silvia empurrando minha cadeira de rodas. Achei que também podia fazer assim todo o trajeto do estacionamento ao consultório, já que a calçada da rua é boa e tem rampa, temendo só descer esta – mas a descida de ré foi segura. Hoje, nossa filha completou dois meses, tinha outra consulta, resolvemos ir sem ajuda, Silvia teve certo trabalho para nos colocar e tirar do carro e tivemos êxito.
Interagindo com a Filha
Silvia é ciumenta, o que já me deu muitas dores de cabeça. Quando quero pegar nossa filha, às vezes arranja uma desculpa para disfarçar que reluta em entrega-la. E embora esta interaja muito mais com Silvia, basta fazê-lo um pouco comigo para ela ficar despeitada
Prática de Pegar a Filha
Começo a ter prática de pegar nossa filha, embora à s vezes fique tenso, o que a deixa desconfortável, e meu braço esquerdo se canse em alguns minutos – não tenho coordenação no direito o suficiente para segurá-la. Quando acerto, é difÃcil querer devolvê-la para Silvia.
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Com a Filha nos Braços
Hoje, pela primeira vez segurei nossa filha nos braços, achando que ela já tem tamanho suficiente para não correr o risco de se machucar com minha descoordenação motora. Estava no inÃcio de uma sessão de fisioterapia e, para retomar os exercÃcios, tive de devolve-la para Silvia muito a contragosto.
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Tentando cuidar da Filha
Hoje após o almoço, Silvia teve de sair para levar suas filhas ao colégio e pegar uma nova guia para minha fisioterapia. Ela não conseguiu fazer nossa filha adormecer e pediu para nossa empregada tentar isso. Depois desta fazê-lo, para não atrapalhar seu trabalho pedi que botasse nossa filha no carrinho para ver se eu a mantinha dormindo, mas não tive sucesso nas duas tentativas que fiz. Então pedi que a colocasse no bebê conforto – que dessa vez balancei com a mão –, finalmente consegui que dormisse uns 40 minutos, me dando tempo de ler algumas coisas no tablet, até que nossa filha ficou com fome e não tive mais jeito a dar.
Embalando a Filha com o Pé
Algumas vezes consigo aquietar e adormecer nossa filha, outras não, mas sempre tento para ver se Silvia tem um pouco de folga, já que às vezes demora horas até para podermos comer. Temo muito que ela tenha uma estafa e fico me rebolando para encontrar novas formas de ajudá-la.
Multitarefa
Nesta manhã, enquanto fazia fisioterapia embalei nossa filha no carrinho, chegando a conseguir que ela dormisse, para Silvia poder aprontar suas filhas para irem ao colégio. A fisioterapeuta até notou que eu estava surpreendido por poder fazer essas duas coisas ao mesmo tempo apesar de todas minhas limitações fÃsicas.